terça-feira, 30 de outubro de 2007

Seminario: Sintese de textos

Texto 2

Definir conceito de Ciências da Educação
Nesta unidade voltamos a depara-nos com o factor ambiguidade como aquele que mais dificuldades coloca à tentatica de definir Ciências da Educação, como o disse Silva Pinto em 1985, no entanto os autores decidem citar uma definição de Avanzini (1955): “Ciências da Educação são ciências que têm por objecto a inteligibilidade das práticas educativas em qualquer período ou lugar em que elas se desenrolem”.
Outros autores afirmam que “o que especifica as ciências da educação é que elas produzem saberes sobre um processo, a educação, que é também um campo de debates filosóficos e socio-políticos de alto teor simbólico e um campo de práticas”.

Identificar e resistir aos obstáculos epistemológicos
Os autores começam por identificar alguns obstáculos que se colocam à constituição e estabelecimento das ciências da educação, sendo eles:
Senso Comum: o senso comum revela-se como um obstáculo devido ao facto de o cidadão comum ter a noção de que a educação faz parte da vida familiar e social, existindo por outro lado a ideia de que o pedagogo apenas poderá exprimir opiniões que o senso comum já há muito admitiu. Por isso o primeiro passo a dar é assentar a constituição do estatuto das ciências da educação numa ruptura com o senso comum, não uma ruptura efectuada de qualquer maneira, mas antes sustentada no questionár do que parece natural e evidente.
Ideologia: as ciências da educação não se devem confundir com um discurso sobre as finalidades da educação, no entanto nunca devemos ignorar que os seus resultados terão, sempre, presentes significações éticas, sociais, políticas e ideológicas, o que constitui um verdadeiro obstáculo.
Ilusão do Cientificismo: segundo Hadji (2003), um forte obstáculo epistemológico às ciências da educação é o ficar-se amarrado a uma visão positivista da ciência, que é caracterizada pela dupla crença na omnipotência da ciência e na objectividade total dos fenómenos humanos.
A Educação Enquanto Objecto Já Ocupado Pelas Outras Ciências Humanas: é um dos argumentos usados por aqueles que são contra a necessidade da existência das ciências da educação, no entanto as ciências que não as da educação, fornecem esclarecimentos de grande utilidade ao fenómeno educativo, mas não são coincidentes com a perspectiva global que a educação e as ciências da educação pressupõem.
A Difícil Relação Entre A Teoria E A Prática Em Educação: a tensão permanente entre a prática e a teoria, que se traduz também na fácil exclusão, do domínio científico, do saber dos práticos, e na apressada e pouco reflectida desvalorização, pelos práticos, do qe dizem e concluem os teóricos, é um dos grandes obstáculos epistemológicos à formação e desenvolvimento das ciências da educação.

O texto permite-nos dizer que a teoria e a prática constituem o cerne das ciências da educação, e que para se conseguir desenvolver as ciências da educação, muitos obstáculos têm que ser vencidos, no entanto tratam-se de obstáculos de índole variada e que interferem com ideologias e ideias há muito enraizadas entre a população portuguesa, o que potencia a dificuldade em ultrapassá-los.
Outra conclusão é a de que se torna extremamente necessário que todos aqueles que se interessam pelas ciências da educação se esqueçam das suas ideologias, dos seus preconceitos, das suas ideias há muito definidas e se sentem para delinear estratégias de educação, de forma a mostrar aos mais cépticos que as ciências da educação são essenciais à própria educação, e que os amantes das outras ciências deixem de ver nestas uma ameaça aos seus ideiais.


Texto 4

“Sobre o carácter pedagógico da relação: distinção entre campo educativo e campo pedagógico.”

Analisando o termo revelação, que nos indica uma ligação uma conexão entre algo, narração de eventos que se liga, narração que nos permitem obter resultados dessas trocas a nível interpessoal. Aparecendo geralmente acompanhado por um adjectivo (relação parental, conjugal e etc.) que especifica a natureza dos elementos. É portando o objecto pedagógico que constitui a diferença especifica que permite distinguir a relação pedagógica de outros qualquer tipo de relação humana no geral e educativa em particular.
Só a Historia e a antropologia conseguem tornar clara esta distinção.
Desde sempre que os mais antigos passavam a sua sabedoria aos mais novos de modo a que estes se preparassem para a vida e as transferissem também as gerações vindouras. Com a complexidade crescente das sociedades, a transmissão de saberes e o aparecimento dos papéis sociais tornou-se essencial a preparação dos jovens para os papéis que iriam desempenhar.
Em oposição as costumes tribais e de iniciação para o “nascimento social”, objectivos mais vagos e menos explícitos, temos hoje em dia aparece-nos:
.Um agente social, encarregado do desempenho das funções educativas dos grupos de jovens.
.Um corpo de docentes com o objectivo de passar a informação intencionalmente.
.A avaliação dos resultados dessa transmissão.
.Atribuição de um espaço para aprendizagem.
.Delimitação do processo em termos de tempo.

Este conjunto de elementos prefigura já o campo pedagógico, que vai ser reforçado com o aparecimento das primeiras escolas.
Assim as escolas tornam-se centros de actividade educativa organizados à volta de determinados saberes que são objecto de uma transmissão ocasional.
A origem do termo pedagogia tem o seu início oficial, no sec.XV, atribuído a Calvino, que o utilizava nas suas ”Instituições cristãs”.
Mas só, mais tarde no sec.XIX, que a pedagogia recupera o prestígio do seu saber ao tornar-se uma ciência experimental.
Existem duas vertentes da pedagogia; enquanto arte que remete para o campo da pratica intencionalmente organizada; e enquanto ciência que remete para o campo do conhecimento sistematizado e reflectido.
É, pois, pelo carácter organizado de uma prática directamente ligada à transmissão intencional do saber num quadro institucional expressamente criado para essa transmissão, quer pelo carácter reflexivo e teorético do conhecimento ligado a esta forma de educação que o campo pedagógico se distingue do campo educativo.



Texto 5


- 1968 foi o ano das convulsões estudantis, nos Estados Unidos da América e na Europa;
- Os movimentos operados pelos estudantes nas Universidades, assumiram características próprias, que mudaram o “ rosto” das instituições alterando a perspectiva que a sociedade tinha das suas universidades;

Pedagogia Tradicional
Construída a partir de uma comunidade de solidões:
Solidão do professor (enclausurado no seu saber e na sua autoridade de mestre)
Solidão do aluno (prisioneiro da palavra magistral do seu professor)
- Durante séculos o acto educativo encontrava-se fechado em si próprio, alheio do mundo exterior, o que o afastava do conhecimento científico que lhe poderia conferir uma inteligibilidade diferente;

- O acto educativo sofreu uma mudança, onde a constituição de um conhecimento científico dos fenómenos educativos, teve um papel determinante;

Constituição
Procurou aplicar ao campo educativo princípios da Psicologia e da Sociologia;
Tentativa de criação de uma ciência da educação autónoma, levando assim á elaboração de um conjunto de saberes multidisciplinares que actualmente se denominam Ciências da Educação.

- Maria Montessori publicou em 1909, a obra “Pedagogia Científica”, sendo este o primeiro grande trabalho científico de Educação.
- Montessori traz para a pedagogia duas concepções:
_Primado da sensação, da percepção na construção do conhecimento;
_ Desenvolvimento intelectual, sensorial e motor da criança não é uniforme, pois sujeito está a características e mecanismos específicos de cada um dos períodos em que se estrutura a sua vida psíquica.

Educação Moderna
Princípios:
- Respeito pelo educando;
- Participação activa do aluno no acto educativo;
- Motivação, ponto de partida para a elaboração de metodologias de intervenção educativa.

Tal como todas as ciências, a ciência da educação começou pela observação.

Observação
Foi pela observação que se pôde detectar e concretizar um conjunto de fenómenos que eram específicos e não verificáveis noutras ciências humanas.

Uma ciência não é apenas uma metodologia, mas também o é, por isso se utiliza a observação.

A partir dos anos 70 iniciou-se a reformulação de velhas problemáticas e a constituição de novos objectos de estudo.
Alterações ao nível de:
Etnografias da escola;
Etnografias da sala de aula;
Cultura dos professores;
Cultura dos alunos.

Questões de carácter epistemológico relacionadas com as Ciências da Educação.
- As Ciências da educação terão uma identidade própria?
- Os conceitos e as metodologias, que as caracterizam, estruturam-nas e identificam-nas enquanto ciências específicas ou possibilitam a sua vinculação a um campo científico diferente, no caso da vertente, o da educação?
- A designação de ciências da educação, por plural, conferir-lhes-á um estatuto polissémico com recorrência a uma multirreferencialidade epistémica?
- Estaremos perante um falso problema, explicável pela menoridade cientifica das ciências da educação, à procura de um estatuto especifico – o de uma ciência da educação, a situar-se para além da Pedagogia cientifica e do seu “ irredutível pedagógico”?

As Ciências da Educação têm produzido um corpo que começa a ter consistência de saberes, por sistematizados e orientados a critérios de validade internos e externos.

Qual o tempo, qual o lugar das ciências da Educação em Portugal?
. A população considera as ciências da educação a causa de todos os males que sofre a educação e a sociedade;
. A acção das ciências da educação passou a exercer-se a níveis diversificados com incidência no ensino universitário e no politécnico;
. Os modelos aplicados não correspondiam às necessidades de um país que se queria novo. Esta situação constitui a força e a fraqueza das ciências da educação:
. Fraqueza: independentemente dos valores dos seus cultores a vertente da investigação não teve oportunidade de se fixar e organizar convenientemente;
. Força: Permitiu que ocupassem um lugar no ensino superior fundamentando novos cursos e funcionalizando novos saberes.

Várias dificuldades têm impedido uma acção das Ciências da educação:
- A formação de professores;
- Organização e gestão do sistema educativo.

“ O que nos falta para que este desiderato se possa cumprir? Talvez uma só coisa: Vontade, ou seja… Coragem!”


Texto 6

I - As ciências que estudam as condições gerais e locais da educação

a) História da educação;
Permite tornar mais inteligível a pedagogia actual pelo conhecimento passado. Não é um simples olhar pelo passado, possibilita uma compreensão da evolução, dos processos de mudança, permite um balanço mais claro da educação actual.

b) Sociologia da educação;
Pode não ter uma contribuição directa na prática educativa mas permite descobrir a importância e o mecanismo das forças sociais que influenciam as situações de educação.

c) Demografia escolar;
A sua importância está relacionada com o facto de não se poder examinar as relações humanas no interior duma situação de educação sem termos em conta os aspectos quantitativos desta situação, os dados demográficos têm uma forte influência pois determinam a relação entre o número de alunos e o número de educadores.

d) Economia da educação
Qualquer instituição não pode funcionar sem que lhe seja atribuída um orçamento. Permite um estudo dos orçamentos, dos custos líquidos da educação, das previsões a fazer neste domínio.

e) Educação comparada
Existe uma grande variedade dos sistemas de educação, e o seu contributo consiste na análise comparativa que fornece elementos preciosos para o estudo da evolução e para a compreensão da situação actual.

II- As ciências que estudam as situações e os factos de educação

O objectivo desta área é compreender os problemas concretos da dinâmica educação-processo, em relação as finalidades escolhidas, ou seja, estamos a falar de ciências pedagógicas, que se dividem em 4 categorias:

1- As disciplinas que estudam as condições imediatas do acto educativo:

a) Fisiologia da educação;
Estuda as condições fisiológicas de qualquer acto educativo, desde as condições gerais da vido e do crescimento da criança, como a alimentação e a sua influência, mas também analisa as condições da vida escolar como o ambiente de aprendizagem e o relacionamento da criança com o mesmo.

b) Psicologia da educação;
È um conjunto de análises, feitas sobre o ângulo psicológico de todo o processo educativo. Interessa-se pelo estudo dos sujeitos, antes pelo seu funcionamento durante e pela transformação após o processo. Estuda a interacção educando-educador de todos os ângulos, desde o tipo de comunicação estabelecida, à motivação, aos níveis psicológicos do educando, até aos métodos e técnicas utilizados.

c) Psicossociologia da educação;
É uma área científica recente que assenta no estudo da relação educador com os diferentes grupos de educandos.
Esta ciência forma um conjunto de leis que se deve ter em conta neste tipo de relação. (norma, fins de grupo, dimensões da comunicação, e a coesão grupo).

d) Ciências da comunicação;
Estuda as diferentes condições do estabelecimento e funcionamento das comunicações no seio de uma situação de educação. Quais as boas condições para que a mensagem possa ser transmitida e recebida com sucesso, tendo em conta a diversidade de tipos de comunicação existentes hoje em dia.


2- Ciências didácticas e teóricas dos programas

O problema geral das didácticas não é simples, tendo em conta ter de ser abordado de vários ângulos.
Para desenvolver um programa correctamente deve-se ter em conta uma série de pontos abaixo citados:

-“Porquê?”, quais são os objectivos gerais (Para os analisar-mos temos de ter em atenção 3 domínios, finalidades gerais da educação, da própria disciplina e desta no conjunto do processo educativo).

-“O quê?”, Conteúdos e programas. (A escolha dos mesmos deve ser feita por especialistas da área e tendo em conta as esperanças da sociedade e as necessidades individuais do indivíduo).

-“A quem?”, Conhecer o público alvo. ( Saber os níveis psicológicos dos alunos pré-requisitos e meios sociais em que estão inseridos).

-“Como?”, Métodos e técnicas pedagógicas. ( Para descobrir como temos de ter em conta as características das disciplinas e as técnicas próprias para ensinar cada uma delas).

-“Avaliação”, quais são os resultados obtidos e de que maneira foram atingidos em relação aos objectivos iniciais.

3- Ciências dos métodos e das técnicas

Nenhuma obra até hoje nos dá um quadro conjunto coerente de metodologias educativas e critérios científicos nitidamente especificados.
Podemos dividir de forma mais genérica os métodos em relação aos seus fundamentos psicológicos e filosóficos, também de um modo geral em métodos tradicionais e métodos novos. Temos assim vários tipos de métodos que podem ser escolhidos pelo educador (métodos colectivos/individuais, métodos verbais/livrescos e etc..), existem muitos estudos feitos no âmbito de saber a sua eficácia e consequências.
A atitude científica nesta área desenvolve-se lentamente pois os investigadores, neste domínio, tem de lutar contra séculos de afirmações e teorias. No entanto nas ultimas décadas poderam ver algum desenvolvimento dos métodos e abordagens sobre métodos educativos, surgindo uma nova classificação feita por Jean Drevillon após uma análise e reagrupamento em 5 categorias: activos-reflexíveis, activos-flexíveis, activos-sistemáticos, mistos, impositivos-rigídos, impositivos-flexíveis.
Um método pode ser, sem ser considerado como um dado que só existe animado por um educador numa situação de educação, constitui uma das vertentes mais importantes.

4- Ciências da avaliação

No início era chamada de docimologia e era basicamente a ciência dos exames, hoje em dia alarga-se ao facto de estabelecer meios mais rigorosos e objectivos de modo a se assegurar a justiça escolar.
Actualmente podemos distinguir esta ciência em docimástica, que estuda a técnica dos exames e a doxologia que se ocupa do estudo sistemático do papel que a avaliação desempenha na educação escolar.
O desenvolvimento deste estudo teve no entanto um efeito contraditório, por um lado passou a existir uma avaliação mais sumativa em vez de formativa, por outro lado os exames têm vindo a ser postos em causa assim como a sua necessidade.

III - As ciências da reflexão e do futuro

Esta perspectiva é dedicada a uma descrição sistemática das ciências da educação sem qualquer preocupação de uma ordem hierárquica, sendo a razão no qual se interessa por duas disciplinas que pertencem à família das ciências da educação.

a) Filosofia da educação;
Não se pode contudo delinear um quadro das ciências da educação sem dar um lugar importante à filosofia da educação, não se limitando unicamente à análise das finalidades da educação; tem também por tarefa elucidar problemas, esclarecer antinomias que residem no coração do acto de educar (cultura e natureza; liberdade e condicionamento, etc.), mas também investigar as condições de possibilidade de educação, portanto afirmar um determinado número de princípios para além dos quais a análise não pode passar e sem os quais a educação não pode existir. A análise filosófica conduz-nos pois a uma curta forma de análise e de compreensão das situações de educação e dá assim à acção de educação uma dimensão que as outras ciências da educação lhe não podem atribuir.

b)As ciências que se voltaram para o futuro;
Sob a sua forma geral, a prospectiva não procura traçar planos precisos mas analisar as tendências e definir perspectivas futuras. A verdadeira ciência que lhe corresponde (sendo a prospectiva mais uma atitude do que um conjunto de investigações cientificas) é a planificação da educação. No momento em que as técnicas parecem estar quase determinadas, a planificação da educação encontra-se colocada perante um novo desafio como explicam os responsáveis do Instituto Internacional de Planificação da Educação. Enquanto antes parecia suficiente que o planificador recorresse aos métodos racionais e sistemáticos da extrapolação e da previsão, actualmente, tudo leva a crer que ele deve além disso dar provas de inspiração e de qualidades criadoras para prever e planificar as relações entre o ensino e todo um conjunto de problemas.
É precisamente aqui que se situa o novo limiar da planificação da educação e esta questão coloca-se aos que estão encarregados de modelar o futuro, de prever os problemas, que amanhã, a politica de educação criará, e de elaborar outras soluções possíveis quer a curto, médio e longo prazo.

1 comentário:

Anónimo disse...

bom dia
gostaria de saber se alguem tem projetos sobre praticas educativas.
alguem que abservou alguma tura. exmplo: cotexto autoritario, permissivo, ou negligentes..
se puderem me ajudar agradeço..
mandar para está end :
roo-see@hotmail.com