terça-feira, 30 de outubro de 2007

Estatistica (T): estudo de caso

O que é o Estudo de caso?

. “O estudo de caso consiste na observação detalhada de um contexto ou indivíduo, de uma única fonte de documentos ou de um acontecimento específico” (Merriam, 1988).

. “Os estudos de caso têm em comum uma certa dedicação ao conhecimento e descrição do ideossincrático e específico como legítimo em si mesmo” (Walker, 1993).

“ O estudo de caso é o exame de um exemplo em acção, ou seja:

- a tentativa de compreensão (que pode ser interpretativa, explicativa, descritiva e/ou exploratória)(exame);

- de uma unidade individual de estudo (acontecimento, indidíduo, organização, grupo, etc.) (exemplo);

- que se identifique pelo seu carácter interactivo e psicossocial (acção).


. Os estudos de caso têm em comum a dedicação ao conhecimento e descrição do ideossincrático e específico como legítimo em si mesmo. O investigador não está preocupado com a generalização

. O contraste não se faz entre quantitativo e qualitativo, mas entre amostras e casos.


O que define um caso?

o O caso caracteriza-se pela sua delimitação natural ou pela sua integridade fenomenológica, ou seja, na sua origem e evolução a unidade de estudo deve mostrar uma certa estabilidade interna e deve ser reconhecida como tal pelos membros que a constituem”

o Sejam quais forem as finalidades, o seu estudo será necessariamente sistemático, detalhado, intensivo, em profundidade e interactivo.


Características do estudo de caso:

o Totalidade – os estudos de caso são estudos de uma realidade numa perspectiva holística. A sua integridade fenomenológica requer a delimitação (natural) do caso. Os E.C. devem reflectir todos os elementos que compõem o caso, enquanto unidade.

o Particularidade – reflectem a peculiaridade, a idiossincrasia e o detalhe do caso, de tal modo que se distingue daqueles que são similares. Oferece uma imagem vivida e única da situação.

o Realidade – não são apenas uma estratégia de acesso a uma realidade para conhecer; não só informam (criam uma imagem), como participam nos problemas, paradoxos, conflitos, situações e factos reais que fazem parte do caso (da própria realidade que é o caso).

o Participação – se os membros do caso são participantes reais do mesmo (eles constroem a realidade que se estuda) são-no também na investigação; também o investigador se torna participante no caso, com a sua presença e permanência no campo. Daí a importância da definição e negociação de papéis no processo de investigação.

o Negociação – o alcance da negociação é muito amplo; negoceia-se desde o uso da informação obtida, aos papéis durante o estudo, passando pelas perspectivas e significados. O processo de negociação vai muito para além da busca da validade do estudo; ele conforma todo o estilo de trabalho e de relação.

o Confidencialidade – como o estudo de caso implica organizações, situações e pessoas na sua vida real e os resultados do estudo podem afectar as suas vidas, a investigação deve decorrer em circunstâncias que não prejudiquem os participantes. O anonimato e a negociação sobre o carácter público ou privado da informação são as estratégias mais utilizadas para assegurar a veracidade do caso, sem perder o rigor analítico.

o Acessibilidade – a informação derivada do caso deve ser acessível a audiências não especializadas; deve utilizar-se uma linguagem comum, que reflicta a realidade estudada nos seus próprios termos.


Estudo de caso: vantagens

o Evidenciar os significados que os membros de um grupo ou comunidade atribuem às situações que nele/a vivem;

o Permitir uma articulação entre o conhecimento e a acção, com estreita colaboração entre investigadores e práticos;

o Constituir um arquivo de material descritivo suficientemente rico para permitir subsequentes reinterpretações;

o Os estudos de caso são mais acessíveis ao grande público do que outras investigações (podem servir múltiplas audiências).


Estudo de caso: dificuldades

o São muito complexos, morosos, por vezes difíceis de realizar;

o O acesso aos dados levantam problemas, assim como a sua publicação.

o Levanta-se o problema da implicação do investigador na realidade que estuda e seus reflexos nos resultados da investigação.

o Problema da generalização (estudos de caso múltiplos).


Desenvolvimento do estudo de caso:

o Selecção do caso e negociação do acesso

o Trabalho no campo
.dados documentais
.dados de observação
.dados de opinião
.selecção de processos de análise

o Organização dos registos e desenvolvimento dos processos de análise

o Produção do relatório da investigação

1 comentário:

Anónimo disse...

Adorei esse arquivo, gostaria de saber quem escreveu esse material. Aguardo resposta.