terça-feira, 30 de outubro de 2007

Estatistica (T): Credibilidade da Investigação Científica

Credibilidade da Investigação Científica

.NATUREZA QUALITATIVANATUREZA QUANTITATIVA

.FIDELIDADE

.VALIDADE

.FIDELIDADE INTERNA

.FIDELIDADE EXTERNA

.VALIDADE INTERNA (CREDIBILIDADE)

.VALIDADE EXTERNA (TRANSFERIBILIDADE)


Para uma investigação ter valor científico é necessário assegurar a sua validade e fidelidade. Só assim os resultados alcançados serão credíveis junto da comunidade científica. Garantir a validade e fidelidade de uma investigação não é tarefa fácil. Os procedimentos para assegurar que uma investigação é valida e fiável não são os mesmos nas investigações quantitativas e qualitativas. É isto que iremos analisar, ainda que de modo sumário.

A validade de uma investigação consiste em estudar (medir) realmente aquilo para que foi planeada. Terá que ser assegurada tanto no que concerne ao plano ou design da investigação como no que respeita aos instrumentos de medida (recolha e análise de dados).

A fidelidade ou precisão de uma investigação pode ser definida pela consistência (ao longo do tempo) dos procedimentod usados e dos resultados obtidos. Os resultados devem ser independentes do olhar particular do investigador e terem uma margem mínima de erro.

O investigador deve garantir a validade interna e a validade externa da sua investigação.

Dizemos que uma investigação tem validade interna se os resultados alcançados puderem ser aceites tendo em conta o plano ou design da investigação (se o investigador provou as hipóteses formuladas ou respondeu cabalmante às questões levantadas no ínicio da investigação)

Uma investigação tem validade externa se os resultados alcançados puderem ser generalizados a outros contextos ou situações similares.

O investigador deve também garantir a fidelidade do seu estudo. Esta está relacionada com a precisão dos instrumentos de medida usados, quer dizer, os instrumentos devem fornecer ao investigador o máximo de consistência e o mínimo de erros. Podemos obter a fidelidade dos instrumentos de medida recorrendo a vários procedimentos: acordo inter-observadores (inter-codificadores, inter-juízes); teste e reteste; sliphalf.

Nos estudos quantitativos a fidelidade depende da precisão dos instrumentos de medida. Nos estudos qualitativos depende das descrições feitas pelo investigador.

O problema da credibilidade da Investigação qualitativa, muito utilizada na Investigação Educacional, tem sido debatida na comunidade científica. Os investigadores qualitativos precisam de credibilizar as suas investigações, como o fizeram os investigadores quantitativos. Por isso, iremos agora tratar das questões de validade e de fidelidade das investigações qualitativas.


DOIS TIPOS DE ATITUDES DOS INVESTIGADORES QUALITATIVOS:

.Uns negam as críticas dos invesdtigadores quantitativos
.Outros pensam que a investigação qualitativa só será credível no mundo científico se se pautar por critérios de validade e precisão, embora com pressupostos e estratégias diferentes do paradigma quantitativo.

Só com a 2ª posição a Investigação Qualitativa ganhará credibilidade.

Os dados e o plano da Investigação são diferentes.
.Os dados no quantitativo assumem a forma de números (medem dimensões do comportamento) – fidelidade está associada com os instrumentos utilizados para recolher os dados;
.A validade relaciona-se com o plano de investigação (com o esquema para controlar as variáveis);
.Na investigação qualitativa, devido à importância dada aos contexto (onde os comportamentos, as opiniões, as atitudes ocorrem):
- Existem dificuldades de comparação dos dados recolhidos em estudos distintos (poder de generalização);
- Dificulta a utilização de instrumentos estandartizados e técnicas de controlo de possíveis fontes de erro.


O QUE É A FIDELIDADE OU PRECISÃO?

No quantitativo depende da precisão No qualitativo depende das descrições
dos instrumentos de medida. feitas pelo investigador (construções que elabora sobre o que observa).

.A fidelidade depende fundamentalmente do investigador e das descrições que faz sobre a realidade que observa. Surge aqui o problema da subjectividade das interpretações;
.Fidelidade Interna: Grau em que investigadores diferentes são capazes de observar os mesmos fenómenos ou definir os mesmos construtos (no mesmo contexto ou em contextos idênticos);
.Fidelidade Externa: Grau em que outros investigadores, perante um conjunto de construtos já elaborados, conseguem fazê-los corresponder aos dados que recolhem (seguindo o mesmo procedimento do investigador que os elaborou).

O MODO MAIS SÉRIO DOS INVESTIGADORES QUALITATIVOS GARANTIREM A FIDELIDADE DOS SEUS ESTUDOS É SEREM O MAIS COMPLETOS POSSÍVEL NAS DESCRIÇÕES DO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO, O QUE Geertz (1966, 1988) DESIGNOU DE DESCRIÇÕES DENSAS (YHICK DESCRIPTIONS)


Estas Descrições Densas devem incluir:
1. Um delineamento (físico, social e cultural) do contexto do estudo
2. Uma definição do papel do investigador
3. Uma descrição do quadro de referência conceptual
4. Uma descrição exaustiva dos métodos de recolha e análise de dados

Definição e operacionalização dos conceitos (quantitatovo) o que não acontece em muitos estudos qualitativos o que prejudica a fidelidade e cria obstáculos à replicação dos resultados


ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR A FIDELIDADE EXTERNA

O investigador deve ser o mais claro e exacto possível na descrição dos seguintes aspectos:
1. O ESTATUTO DO INVESTIGADOR
2. A ESCOLHA DOS INFORMADORES
3. AS SITUAÇÕES E CONDIÇÕES SOCIAIS
4. OS CONSTRUTOS E PREMISSAS ANALÍTICAS
5. OS MÉTODOS DE RECOLHA E ANÁLISE DE DADOS


ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR A FIDELIDADE INTERNA:
1. DESCRIÇÕES COM UM NÍVEL DE INFERÊNCIA BAIXO
2. MÚLTIPLOS INVESTIGADORES
3. INVESTIGADORES PARTICIPANTES ASSSTENTES (LOCAIS MAS NÃO OS INFORMANTES)
4. CORROBORAÇÃO DOS DADOS POR COLEGAS DA MESMA ÁREA
5. REGISTO MECÂNICO DA INFORMAÇÃO (SEM CODIFICAÇÃO OU CLASSIFICAÇÃO)


PROBLEMAS DE VALIDADE: COMO ESTABELECER A VALIDADE?
1. Mostrar o grau em que as conclusões representam a realidade que descrevem
2. Avaliar se os construtos elaborados pelo investigador representam ou medem a experiência humana

.Validade Interna: Grau de correspondência entre as observações e medições científicas e a realidade estudada (cridibilidade)

.Validade Externa: Team a ver com o poder de generalização das conclusões alcançadas (transferiblidade)


ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR A VALIDADE INTERNA
1. permanência prolongada do investigador no terreno
2. entrevistas e outras técnicas de recolha directa de dados
3. observação participante
4. auto-reflexão do investigador (subjectividade disciplinada)
5. entre outros


VALIDADE EXTERNA: SERÁ UM PROBLEMA PARA OS INVESTIGADORES QUALITATIVOS?

No sentido clássico do conceito, não. Mas qualquer investigador deseja que as conclusões dos seus estudos poassam servir como referência e ser “generalizadas” a outros contextos.

Goetz e LeCompte (1984) falam de:

- Compatibilidade: o grau em que as componentes do estudo são suficientemente descritas a ponto de poderem ser comparadas com, pelo menos, um outro estudo, tendo em vista transferir a este último as conclusões do primeiro


- Traductibilidade: grau em que os quadros de referência conceptuais, a linguagem e as técnicas utilizadas são fáceis de entender e utilizar por outros investigadores

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